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O uso do BIM na construção civil

Se você é do setor da construção civil já deve conhecer (ou pelo menos deveria) o BIM (Building Information Modeling). Essa tecnologia, cada vez mais presente no setor, é um dos mais avançados sistemas de gestão de projetos de arquitetura e engenharia. O BIM possui uma excelente capacidade de solucionar problemas enfrentados há muitos anos na indústria, como a gestão de projetos e a compatibilização entre eles, garantindo a eficiência do planejamento ao acabamento de um empreendimento.


Mas, afinal, o que é o sistema BIM e quais as suas aplicações? Diferente da forma convencional, baseada em modelos em duas dimensões, o BIM permite que os projetistas trabalhem em um modelo central tridimensional, permitindo aos profissionais atuarem na modelagem e no gerenciamento de todas as etapas de uma obra. Além disso, por proporcionar uma visão muito mais realística do que as metodologias 2D, o BIM facilita a identificação de inconformidades e pode ser usado para planejar, projetar, construir e gerenciar infraestruturas.


Como sabemos, muitas empresas da cadeia produtiva da construção civil ainda têm certa resistência em adotar as inovações tecnológicas e usufruir de seus benefícios. Mas, aos poucos, com uma maior demanda por parte do mercado, a pressão por digitalização imposta pela pandemia, os profissionais vêm adotando técnicas mais modernas e eficientes. Afinal, a implementação da tecnologia todas as etapas de uma obra são beneficiadas, desde a gestão de projetos até o pós-obra.


Por que o BIM é importante?

Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), em 2050 a população mundial será de 9,7 bilhões. A indústria global de construção civil deve, o quanto antes, buscar formas mais inteligentes e eficientes de projetar e construir, não apenas como um meio de acompanhar a demanda global, mas também para ajudar a criar espaços que sejam mais inteligentes e resilientes. Com o BIM, as equipes podem trabalhar com mais eficiência e, principalmente, ter uma captura de dados durante o processo muito mais assertiva para beneficiar as operações e as atividades de manutenção. Não é à toa que o uso do BIM está aumentando em todo o mundo.


Um relatório disponível na Zion Market Research aponta que o mercado global de BIM deverá exceder US $ 10,36 bilhões até 2022. Ou seja, o futuro da indústria da construção é digital e o BIM será um dos protagonistas desse novo momento, que já começou. À medida que hardware, software e aplicativos em nuvem anunciam maior capacidade de lidar com quantidades crescentes de dados e informações brutos, o uso do BIM se tornará ainda mais necessário.


BIM no Brasil

Desde sua criação, há mais de 20 anos, o BIM tem fornecido a arquitetos, engenheiros, empreiteiros e proprietários ao redor do mundo a visão e as ferramentas para planejar, projetar, construir e gerenciar edifícios e infraestrutura com mais eficiência. Aqui no Brasil, um mercado com características econômicas e territoriais diversas, ainda não apresentava uma coordenação política para alinhar e padronizar a implementação do BIM nacionalmente.


Entretanto, para acelerar a adoção dessa metodologia no país, o governo brasileiro lançou uma política unificada por meio da Estratégia Nacional de Disseminação do BIM, em 2018, que define um período de dez anos para a exigência gradual do uso do BIM em obras públicas. Em abril deste ano, veio o decreto Decreto nº 10.306, de 2 de abril de 2020, determinando que a partir de janeiro de 2021, o BIM deverá ser utilizado na execução direta ou indireta de obras e serviços de engenharia realizada pelos órgãos e pelas entidades da administração pública federal.


O decreto possui três fases. No início do próximo ano, entrará em vigor a primeira fase, segundo a qual a modelagem BIM deverá ser utilizada em resposta às licitações de projetos e construções de arquitetura e engenharia de construções novas, ampliações ou reabilitações. A segunda fase é voltada para a execução direta ou indireta de projetos de arquitetura e engenharia e para gestão de obras e entrará em vigor a partir de 1º de janeiro de 2024.


Já a terceira fase entrará em vigor a partir de 2028 com foco no desenvolvimento de projetos de arquitetura e engenharia, na gestão de obras, incluindo, além dos usos previstos nas primeira e segunda fases, o gerenciamento e a manutenção do empreendimento após a sua construção.


BIM pós-Covid

O setor da construção, seja no Brasil ou no mundo, vem sendo pressionado a mudar, a se reinventar, justamente para oferecer soluções aos seus conhecidos problemas. Quem ainda não entendeu que o futuro é agora, precisa, com urgência, rever sua estratégia, processos e adotar uma cultura de inovação. O BIM se tornou fundamental para a construção civil e deve ficar mais forte pós-pandemia. Construtoras, incorporadoras, entre outras empresas da cadeia produtiva que contavam com a tecnologia e implementaram sistemas como o BIM, puderam respirar um pouco mais aliviadas. Quem ainda não se atentou para essas mudanças, pode perder espaço no mercado em pouco tempo.



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