Mesmo com a chegada da pandemia, o mercado imobiliário protagonizou o melhor índice de vendas dos últimos sete anos. Segundo relatório recente da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), as vendas de imóveis no país aumentaram 26,1% em 2020.
A construção civil também superou as expectativas. De acordo com o estudo Desempenho Econômico da Indústria da Construção do 2º Trimestre de 2021, realizado pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), a projeção de crescimento do setor neste ano subiu de 2,5% para 4%. É o maior aumento em oito anos.
Outro dado relevante é a geração de emprego, que acumulou em maio de 2021 mais de 2 milhões de trabalhadores com carteira assinada. A oferta de vagas também teve crescimento. Conforme revela o relatório da CBIC, foram abertos cerca de 15% novos postos de trabalho em relação a janeiro de 2020.
Os números positivos demonstram a capacidade de resiliência dos setores, que conseguiram se adaptar às adversidades causadas pela crise sanitária mundial nos últimos dois anos.
Os reflexos podem ser percebidos na economia geral do país. Para se ter ideia, os mesmos estudos da CBIC mostram que a cada R$ 1 milhão de residências entregues, cerca de 3,31 empregos são gerados no pós-obra, contribuindo com um adicional de R$ 0,16 no PIB e R$ 0,08 em tributos. Sendo que o segmento residencial da construção civil ainda tem capacidade de expandir ainda mais os seus resultados.
E não para por aí, mesmo após a entrega dos empreendimentos, o segmento consegue gerar 36% a mais de demandas para diversos outros setores da economia, incluindo a própria construção.
Modernização e Inovação
As expectativas para 2022 são de crescimento e novos investimentos. Por isso, uma das preocupações das construtoras ainda deve ser a qualidade e produtividade dos projetos. É necessário para isso trabalhar a própria gestão interna, melhorando cada vez mais os processos.
Nesse sentido, a tecnologia é preponderante e o que vai garantir a prosperidade nos próximos anos, sempre associada a uma agenda sustentável. Até porque com o uso de recursos digitais, mais especificamente da Internet das Coisas (loT), será possível conseguir produtividade, menos desperdícios de materiais e recursos naturais, agilidade no canteiro de obras, qualidade nas entregas, e muito mais.
Contra fatos não há argumentos. Prova é o levantamento realizado com líderes empresariais pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em setembro de 2021. O estudo apontou que 80% das empresas de grande e médio porte que inovaram em 2020 e 2021 tiveram um ganho de lucratividade, produtividade e competitividade.
Soma-se a isso as preocupações e necessidade de se cumprir as práticas Environment, Social e Governance (ESG). A discussão é antiga, porém, os olhos do mundo têm se voltado a isso. A sigla está no radar de diversas áreas corporativas e ficou ainda mais evidente ao longo da pandemia. Não há como explorar mais os recursos naturais irrestritamente. E a sustentabilidade está deixando de ser um mero recurso de marketing e competitividade para se tornar condição às empresas.
Mais economia, atração de grandes investimentos e oportunidade de novos negócios são apenas alguns desses benefícios às corporações que adotam uma agenda positiva, além dos mencionados anteriormente.
Não é de hoje que a construção civil vem ensaiando uma busca por soluções que aumentem de fato o ritmo das obras para alcançar novos patamares no que diz respeito à industrialização. Os sistemas existem e ainda podem ser potencializados com a automação dos processos.
Muitos são os desafios que o setor tem pela frente, visto que se trata de um pilar essencial para a recuperação da economia brasileira nos próximos anos. E a inovação tecnológica pode ser grande aliada estratégica.
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