Inovação e digitalização é o caminho para evoluir em qualquer setor, principalmente na construção civil. E é por isso que startups de tecnologias voltadas ao segmento cresceram 23% de 2019 a 2020, segundo o Mapa das Construtechs e Proptechs 2020, da Terracotta Ventures. Se destacam entre elas as construtechs, startups que produzem soluções tecnológicas e inovadoras para a construção civil.
Esse crescimento de startups voltadas à construção pode ser justificado primeiramente pela importância do setor na economia brasileira, pelo aumento na demanda de habitação, e, claro, pela urgente necessidade de inovar o setor e melhorar os níveis de produtividade. O entendimento é de que é nas crises que nascem as oportunidades e a tecnologia vem sendo determinante para continuar atendendo um mercado apressado, preocupado com a sustentabilidade e exigente quando o assunto é segurança.
Grandes empresas, já consolidadas no mercado, enxergam as construtechs como uma oportunidade de oferecer a seus clientes o que eles procuram: valorização de seu tempo e dinheiro, experiência positiva (afinal, construir ou reformar pode ser cansativo até para o cliente!) e adoção de recursos que permitam o acompanhamento de todos. Neste artigo, veja um pouco mais sobre as construtechs e como elas vêm transformando o setor de construção.
Afinal, qual o papel das construtechs?
Como toda a cadeia produtiva da construção civil sofre com atrasos, imprevistos e desperdícios, estas startups produzem soluções tecnológicas e inovadoras para resolver essas “dores”. São diversas possibilidades de ferramentas e soluções, como softwares de gestão de obras (como o ConnectTrack), sensores para detecção de umidade no solo, drones para monitoramento de obras, soluções de rastreamento digital de dados e automatização de contratos (como o ConnectChain) e sistemas de análises preditivas com a modelagem BIM (como o ConnectBim).
O mapeamento da Terracotta Ventures também identificou, em 2020, a existência de 702 construtechs e proptechs (tecnologias aplicáveis ao setor imobiliário) no Brasil, tendo como foco principalmente soluções em:
Gestão de canteiros de obra;
Aluguel de equipamentos;
Contratação de mão de obra;
Compra e venda de imóveis;
Orçamento de obras;
Compra e gestão de suprimentos;
Gestão do canteiro;
Gerenciamento de resíduos;
Segurança do trabalho;
Maquetes interativas e modelos 3D imersivos;
Reformas e decoração de interiores;
Prospecção de terrenos e lotes.
Como falamos anteriormente, estas soluções aplicadas de modo a resolver as principais dores dos processos da construção, têm atraído os olhares de grandes empresas, que passaram a investir no crescimento das startups por meio de programas de aceleração. Isso faz com que, aos poucos, a construção civil vá se modernizando e encontrando soluções para os problemas que impedem seu crescimento mais rápido.
Construtechs promissoras para ficar de olho
Katerra
A Katerra é uma construtech que produz edificações modulares por meio de uma linha de montagem altamente tecnológica. Em 2018, ela se tornou o primeiro unicórnio do setor da construção civil ao receber um aporte de 865 milhões de dólares.
Com o propósito de construir habitações mais acessíveis e rápidas, a construtech entrega kits modulares que montam ambientes com paredes, janelas, portas, encanamento e instalação elétrica em até 2 horas. Ou seja, a Katerra utiliza a tecnologia para construir obras no menor tempo, com o menor custo e reduzir o déficit habitacional no mundo.
Presente nos Estados Unidos, Arábia Saudita e na Ásia, hoje a Katerra possui mais de 6 mil unidades habitacionais em construção.
Molegolar
A Molegolar é uma construtech de materiais que ficou em primeiro lugar no ranking do prêmio 100 Open Startups. Criando obras modulares flexíveis, a tecnologia da startup permite aumentar ou diminuir a planta, de acordo com as preferências e momento do cliente. Ela apresenta grande vantagem às incorporadoras, que podem oferecer aos clientes conforme a demanda, adquirindo mais módulos caso necessário, por exemplo, aumentando a velocidade da venda.
Uptake
A Uptake é uma plataforma de análise preditiva de ativos que já recebeu 258 milhões de dólares. Suas soluções são focadas em simplificar dados, de forma que seja mais simples ter percepções e partir para as ações.
RenoveJá
Pensando em simplificar o processo de reforma, a RenoveJá é uma construtech que tem como objetivo conectar clientes a profissionais da construção. Se tornou um case de sucesso ao conseguir expandir e contar com franquias em mais de 20 estados brasileiros, além de atingir faturamento de 3,5 milhões de reais em 2017. Os serviços que a RenoveJá oferece, são, entre outros, reformas, manutenções, reparos, serviços hidráulicos, pintura, alvenaria, gesso e elétrica.
Como as Construtechs ajudam a construção civil a crescer?
Entre 2014 e 2016, o país viveu uma grande crise econômica, o que afetou os mais diversos setores, entre eles a construção civil, que segundo o IBGE, no segundo trimestre ainda operava no ritmo de 10 anos atrás.
Porém, 2018 foi um ano promissor para o segmento e mais de US$7,3 bilhões foram investidos em construtechs no mundo, apenas naquele ano. Já em 2020, a pandemia que poderia trazer uma nova crise à indústria, trouxe oportunidades. O auxílio emergencial do Governo Federal serviu como um investimento para melhorar a moradia de muitos brasileiros, fazendo com que o setor fosse um dos poucos que conseguiram se manter e recuperar suas perdas, graças ao aumento da demanda de habitação.
E como as construtechs vêm contribuindo para esse avanço? Com o aumento da demanda, novas estratégias foram pensadas para que o setor conseguisse atender ao novo mercado. Como sabemos, a construção civil não acompanhou o ritmo de transformação tecnológica de outros setores, o que acabou por marcá-la como um setor conservador e desatualizado, chegando a custar US$1,6 trilhão ao ano para a economia mundial devido a sua baixa produtividade. E foi a partir daí que as construtechs passaram a ganhar ainda mais relevância para o setor.
As construtechs vêm transformando e mudando esse cenário. É claro que a construção civil ainda tem desafios a enfrentar e há problemas na cadeia de produção que aguardam por soluções, porém as tecnologias disponíveis agora já mostraram qual é o caminho que toda a cadeia produtiva deve seguir.
É possível imaginar um bom cenário para a construção civil daqui para a frente, caso o setor esteja disposto a mergulhar na transformação digital e utilizar a tecnologia como aliada. As ferramentas desenvolvidas pelas construtechs têm mostrado seu potencial e contribuído para a otimização dos custos, redução de desperdícios, colaborado na construção de empresas mais transparentes e que conseguem seguir prazos e transformado a experiência do cliente. E são estes fatores que vão construir o futuro do setor.
A Connect Data é uma construtech focada em desenvolver sistemas que acompanham toda a cadeia de construção. Através do IoT e BIM, entre outras tecnologias, dispõe de mecanismos necessários para o aprimoramento do setor, com soluções práticas e intuitivas. Se você quer continuar por dentro das principais novidades na construção, nos acompanhe por aqui, no Facebook, Instagram e Linkedin.
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